quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Crônica: Esplendor


Nunca mais tive a oportunidade de visualizar um nascer do sol tão belo como o daquele dia. Jamais havia dado importância a isso antes, pois achava que deslumbrar tal coisa era tarefa de poetas ociosos. Talvez tenha atraído minha atenção devido a sua beleza singular, inédita. O amanhecer daquele domingo era um maravilhoso espetáculo!
Estava meio sonolento naquele instante. Após uma chuvosa madrugada durante a qual passei toda em claro recordando vagas lembranças, fui abrir a janela do meu quarto para ver se já havia amanhecido. Observei os raios de sol cor-de-fogo saindo da terra, do horizonte, refletindo esplendorosamente nas montanhas, as quais nunca haviam estado tão reluzentes para mim. Eram outrora apenas montanhas, aglomerados de rochas vulneráveis ao intemperismo. As reflexões daqueles raios formaram um grandioso e perfeito arco-íris, e pela primeira vez consegui observá-lo por completo, de extremidade a extremidade. Percebi que os primeiros pássaros já estavam voando a todo vapor, e os animais silvestres já saiam de suas tocas em busca de comida, mantendo assim a regularidade dos níveis tróficos e a continuidade da vida. Vi a vida novamente dando seus sinais singelos.
Talvez não tenha expressado de maneira satisfatória esta visão privilegiada. Todavia, vale lembrar da relevância desse fato como uma simples maneira de aprender a perceber e dar mais valor às belas coisas que a natureza gratuitamente pode nos oferecer.

Anderson Batistello - 26/01/2004

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