domingo, 22 de maio de 2011

O Espírito


Repousa, agora, o Espírito
Após ter, por um longo tempo, resistido
Às mais terríveis ingratidões alheias
Sofridas, mas não merecidas.

Compreende agora
Que não basta estar acordado
Para sentir na pele a dor dos fatos
Tão massacrantes da mísera vida.

Os pesadelos viraram apenas continuidade
De todas as mediocridades
Existentes num mundo de hipocrisia
De falsidade e agonia.

E a paz já não existe mais
A morte é que satisfaz
A busca incessante por prazer
E por um sentido na vida.

A essência da paixão dissipa-se pelo ar
O amor voa, sem ter onde pousar
E a tristeza continua a pairar
Quando se está deprimido
E prestes a chorar.

Por causa de um contato consumado,
Mas não correspondido
Repousa agora, o Espírito
Após ter, por um longo tempo, sofrido
Todas as ingratidões
Que preenchem os mais belos campos de cinzas
Que penetram profundamente na pele humana,
Danificando-a
Deixando à vista as chagas
Dolorosas para quem as vê
Mas indolor para quem as tem...

Saudades dos tempos que não voltam
Esperanças para a realização de um sonho impossível...
Assim repousam todas as mágoas
no Espírito...

Anderson Batistello - 11/07/2004

Comentários: composição inspirada em um filme que assisti, chamado “Stigmata”, embora o filme não tenha muito a ver com o conteúdo desta poesia. Ainda bem que nunca passei durante toda minha vida por fases tão pessimistas, apesar de ter uma boa percepção para escrever sobre este assunto.

2 comentários:

  1. Uau! Belíssimos textos! Ainda bem que está dividindo consoco! Tenho alguns também. que brotam do nada. Principalemtne quando vou dormir. E acabam ficando no nada mesmo. Escrevo poemas. Mas meus textos favoritos são crônicas. Passa na minha casa virtual depois ^^ Tá bagunçadinha, mas sempre tem lugar pra mais um colega de palavras!

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  2. encantadora a forma como descreve e se apresenta esse poema.Mesmo o filme não fazendo algum sentido aparente,o que importa são as reflexões e viagens sobre os sentimentos despertados.





    por: anônima

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