Ouviam-se vozes e risos. Pessoas olhavam-me como se eu tivesse culpa de algo. Senti-me abandonado por ti, sem sequer ter falado contigo. Senti-me sozinho e desamparado, rastejando pelo chão do quarto procurando uma luz. O interruptor chega a minha mão; acendo a luz, mas tudo continua escuro.
Preciso ouvir sua voz para me certificar que você ainda está comigo. Preciso ser amparado por você, e me abrigar em seus braços. Porém, não te encontro mais, pois você fugiu de mim mais uma vez.
Gritos e gemidos são ouvidos por todos os lados. Há passos vindo em minha direção, mas em que direção eu estou? Tudo está tão escuro agora, e a sua voz já não posso mais ouvir.
Sinto como se bichos estranhos subissem por meu corpo; sinto mãos a me tocar. O sangue corre pelas veias, sem saber ao certo que direção seguir. O medo me aflige, mas não há ninguém aqui para me proteger.
Meus amigos se perderam no escuro. Preciso salvá-los. Preciso fazê-los saber a verdade. Você se perdeu no escuro com eles, e nada poderei fazer se eu continuar aqui, lamentando-me sem agir.
Ouço vozes, vejo vultos. Tudo é muito estranho. Será apenas a escuridão, ou estou ficando cego? Nesta noite, o inferno chegará. Não sei bem como será; só sei que não quero estar lá.
Medo do escuro; medo de algo que está por perto...
Das vozes que ouço, e entre pessoas que vejo, você está longe. Lá serão apenas eles e eu, mas não quero conhecê-los. Jamais quero ver suas faces. E quando eu me der conta, não poderei mais voltar.
Tudo é tão incerto agora, e nada mais tem volta. E o medo é de algo que está sempre por perto...
Anderson Batistello – 23/06/1999
Por que tudo que você escreve me causa um frio na barriga? E eu nem te conheço....
ResponderExcluirApenas uma admiradora de suas palavras...